Angola

Os 38 anos de guerra não produziram apenas uma tragédia em Angola. Produziram milhões de tragédias: 2 milhões de mortos, 1,7 milhão de refugiados, milhares de órfãos, 200 pessoas mortas de fome por dia, 80 mil crianças, velhos, homens e mulheres mutilados pelas milhões de minas semeadas pelo país a afora.


Estatísticas revelam que a mortalidade infantil é uma das mais altas do planeta. Nada menos que um quarto das crianças morre vítimas de sarampo, pólio, meningite, malária, diarréia e fome.

A capital da província do Bié (Kuito), que já foi uma cidade florida, mas hoje, tem mortos da guerra plantados nos jardins e quintais das casas, luta para ser reconstruída com ajuda de brasileiros, chineses, portugueses e outros povos.

Mais da metade dos 13,2 milhões de angolanos são crianças. Uma das taxas mais altas do mundo de mortalidade infantil abaixo dos cinco anos, com 260 mortes por 1.000 nascimentos. A malária é isoladamente a maior causa de mortalidade infantil.

A má nutrição é a principal causa dos altos níveis de morbilidade e mortalidade infantis em Angola.

Quarenta e quatro por cento das crianças não freqüentam a escola primária. Segundo as estimativas, um milhão de crianças pereceu durante o conflito e a violência cobrou um pesado tributo sobre o bem-estar psicossocial de muitas crianças. Cerca de 43.000 crianças permanecem atualmente separadas das famílias.

O número de órfãos nos agregados familiares em Angola é muito elevado, sendo que 11 por cento do total das crianças dos 0 aos 14 anos é órfã de um ou de ambos os progenitores.

Em termos de trabalho infantil, 30 por cento das crianças dos 5 aos 14 anos trabalha. O abuso econômico e sexual das crianças, incluindo tráfico de crianças em algumas partes do país, são problemas que têm surgido.
Fonte: Unicef